Longa que ganhou o prêmio de melhor direção no 46º Festival de Gramado, aborda diferentes níveis de isolamento, no entanto não consegue empolgar.

Reprodução:AdoroCinema
Dirigido pelo cineasta brasileiro André Ristum (Meu País, 2011), o longa de sete personagens comuns mostra que o passar dos anos é cruel para todos. Contudo, mesmo com vidas tão comuns e distintas eles se aproximam por meio das mudanças que cercam suas rotinas.
A história se passa na turbulenta São Paulo e, traz um mãe que concentra todas suas energias no trabalho, isso cria, um avô e neto afastados, um marido que não cumpre seu papel, um patrão desrespeitoso e uma família à beira do abismo.
O longa tem como tema central o isolamento dos personagens que estão envolvidos em seus vícios. Ainda, aborda questões como orientação sexual e de gênero, classes sociais e, traz fortemente a questão do peso da idade. No entanto, todas essas histórias são contadas a partir de um fenômeno que percorre o filme todo, o da Lua de Sangue. Diante disso, a vida dos personagens começa a se transformar, porém não é uma mudança significativa, pois, é possível perceber os rumos que o roteiro tomará.
Maria Claudia (Marieta Severo), tem uma das histórias mais interessantes: uma mãe que acredita que o filho está viajando e conhecendo o mundo mas, que, ao mesmo tempo, sofre com o avanço da idade. Ainda, se sobressai o personagem do ator Cláudio Jaborandy, que interpreta um garçom cansado do desrespeito do patrão e que luta para melhorar sua vida. Entretanto, como disse antes, tudo é previsível, por mais que o roteiro deixe a mensagem de como nossas vidas são fruto de escolhas, os personagens acabam sofrendo com as consequências de suas atitudes.
Reprodução: AdoroCinema
A fotografia é o ponto alto do filme, sabe explorar o lado noturno da cidade de São Paulo, por meio de sons e luzes que compõem e transmitem por muitas vezes a vida agitada e amarga na metrópole. Os personagens, através de suas dores e aflições e, também de outras histórias, acabam circulando os mesmos espaços e convergindo no mesmo local.
De fato, o longa passa a impressão de que a sociedade está depressiva, em constante conflito com seu emocional e que aclama por uma nova vida. Apesar disso, não traz um aspecto inovador, com planos de câmeras simples a única coisa a ressaltar é o Eclipse Lunar, chamado de Lua de Sangue, que oferece o frescor da novidade narrativa. A Voz do Silêncio faz um retrato familiar baseado em conflitos e apresenta mais do mesmo.

Trailer do Filme


A Voz do Silêncio Resenha feita por Andressa Mendes em . Regular Regular Classificação: 2
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Acabou em Pizza

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